O blogue Pestanismos traz a seguinte referência ao Diário:
"Terminei ontem de ler um livro muito engraçado intitulado Diário de um DEUS Criacionista, de Álvaro Santos Pereira (ed. Guerra e Paz). Trata-se de um diário de um Deus entediado com a sua existência até se lembrar de criar um universo, sem saber muito bem qual será a evolução do dito. Para ajudá-lo na observação da sua criação, este Deus cria ainda milhares e milhares e milhares de anjos que, não obstante a admiração que sentem pelo seu criador, acabam por lhe trazer alguns dissabores. Este não é o único desafio que terá de enfrentar: o comportamento do anjo Lúcifer, de Adão e Eva e de todos os seus descendentes obrigá-lo-ão a violar, algumas vezes, o princípio da não intervenção divina que tanto defende. “Uns brutos..., são todos uns brutos” é a frase mais proferida por este Deus enquanto observa os humanos...
Deixo-vos um cheirinho:
“Após esses milhões de anos Deus levantou-Se e decidiu novamente fazer algo que O animasse, porque se não o fizesse viver eternamente tornar-se-ia num verdadeiro inferno, numa autêntica tortura, mesmo para um Deus como Eu, e foi assim que Se perguntou novamente o que fazer?, o que fazer?, o quê?, o quê?, até que um dia Se lembrou de uma solução, e seu Eu criasse um outro Deus?, outro Todo-Poderoso?, um ser semelhante a Mim, é pá, boa ideia!, assim poderemos ter conversas intermináveis durante biliões, biliões e biliões de anos, ou então falaremos sobre o sentido da vida, o que é que significa ser Deus, o que é que um Deus deve fazer?, como é que um Deus deve comportar-Se, como é que deve reagir a circunstâncias adversas, como ser um Deus de um espaço vazio infinito, governante supremo de todo o nada visível e invisível?, ou..., ou então poderemos fazer planos para os próximos biliões de anos, decidindo criar mais estrelas ou outra coisa qualquer que não Me vem agora à cabeça [Deus tem cabeça???], ou então poderemos contar anedotas Um ao Outro, já conheces esta daquele fulano?, já imaginaste aquela do sicrano, ou então poderemos ver quem é mais poderoso, quem é mais imponente, mais dominador, se Eu-o-Criador-Dele ou Ele-a-Minha-criação..., hum..., hum..., pensando bem..., não!, não!, é melhor não..., é melhor não criar outro Deus..., é melhor não!, pois... e se Outro se fartar das Minhas falinhas mansas e Se virar contra Mim?, apanha-Me de costas ou distraído e pumba!, já está!, dá cano de Mim!, pum!, finito!, caput!, acabou-se a papa doce!, e depois não há mais conversa, não há mais aborrecimento, não há esta espera, não há este poder que tenho, esta magnânime omnipresença e omnipotência..., não!, não posso criar um Ser tão poderoso como Eu!, não posso criar um outro Deus, um outro imortal!, tem que ser algo inferior, algo menos poderoso, algo que Eu possa controlar!, algo que pereça antes que se torne poderoso, algo que Eu possa destruir se algum dia me ameaçar..., hum..., hum..., mas o quê?, o quê?, o quê???, e, não encontrando resposta para esta questão, Deus sentou-Se no meio do espaço vazio infinito a pensar, a pensar, a pensar, e foi somente depois de muitos, muitos, muitos, muitos, mas mesmo muito anos, que Deus exclamou já sei!, vou criar um Universo!!!, um universo com matéria visível e invisível, com estrelas e planetas e galáxias e buracos negros e supernovas e luas e cometas e asteróides e nuvens inter-galácticas e nébulas e e e e e e e e e e e e, bem como tudo o que mais deve existir num universo-que-nunca-mais-foi-criado-antes-porque-Eu-nunca-Me-tinha-lembrado-disso!!!E assim seria. Deus criaria um universo. E Deus viu que isto seria bom.”
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